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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Especialista em Docência do Ensino Superior pela Fibh e graduado em História pelo Centro Universitário de Belo Horizonte. Atualmente é professor do ensino médio. Tem experiência na área de História, com ênfase em História da tecnologia na educação.

sábado, 20 de agosto de 2011

Mágica ou tecnologia ?


A mágica não é boa, mas, percebemos que com muita tecnologia e criatividade, qualquer um pode tentar fazer alguns truques de mágica.

domingo, 14 de agosto de 2011

Os livros do futuro.

Este vídeo nos evidência, uma, das inúmeras tecnologias que buscarão substituir o livro como suporte para leitura. Apesar de estar em inglês, mesmo quem não domina este idioma, conseguirá captar é entender a sua proposta.

http://www.ted.com/talks/mike_matas.html

sábado, 13 de agosto de 2011

CLAREAR PARA DESENVOLVER




Mercado de escravos Século XIX - Rugendas



No Brasil o racismo está diretamente ligado a escravidão. O projeto missionário da Igreja Católica, a necessidade de mão-de-obra e a concessão de posse do negro foram importantes para a legitimação da escravidão. Somente depois da assinatura da Lei Áurea em1888, que o problema em relação à raça e o desenvolvimento do país atraíram o interesse da elite, e o discurso racista ganha força apoiando-se na teoria de que o negro era inferior.
Porém, no período colonial brasileiro não há uma organização legal ou ideológica de discriminação racial, o que não impede que haja ideias negativas em relação ao negro em comparação ao branco. Após a abolição da escravidão, a ideia de inferioridade se fortaleceu apoiando no chamado “racismo científico”. Assim após 1870 a elite brasileira abraça essa ideia, chegando a ter sua maior aceitação entre 1880 e 1920.
Em 1889 com a proclamação da república, o conceito de raça ganha força e junto com ele as desigualdades que agora não poderiam mais ser justificadas pelo direito de posse, pela história, religião ou cultura. Então o que separaria as raças eram as diferenças naturais entre brancos e negros. Diferenças que tinham que ser combatidas, uma vez que só um país branco poderia obter o progresso. Desta forma cria-se um clima de preconceito na qual:
·         A presença do negro em locais públicos é mal vista.
·         Aumenta as formas de discriminação.
·         Cresce o estímulo à imigração de europeus.
As diferenças que caracterizavam a população brasileira passaram a ser importantes para mediar o crescimento nacional. Baseando-se em pensamentos “científicos” sobre as questões raciais que apareceram após as primeiras décadas do século XIX na Europa, porém, com outra interpretação, originou-se à ideia de uma hierarquia racial, passando-se então, a acreditar que uma sociedade com muitas raças, era sinônimo de muitos problemas, o que fortalece o pensamento de que através da mestiçagem conseguiria o predomínio da raça branca. Assim, como forma de dar credibilidade ao pensamento de superioridade do branco e na tentativa de pouco a pouco acabar com os negros que eram vistos como um fator negativo para o crescimento do país, apareceu a ideia do branqueamento como meta nacional. Contudo, na teoria do branqueamento havia um olhar otimista em relação à mestiçagem e ao mulato, devido a seu grande número, sua circularidade pela sociedade da época e a possibilidade de continuar seu caminho rumo ao ideal de ser branco.
O ideal de uma construção de igualdade e unidade social não existia no Brasil ao iniciar o período republicano. O que durante um logo período predominou foi à teoria do branqueamento, uma vez que acreditava-se que para conseguir progresso era necessário mais que desenvolvimento econômico e instituições modernas. O pensamento de clareamento da raça foi uma constante no cenário político brasileiro até as décadas finais do século XIX, o que contribuiu para o aumento das desigualdades sociais e dificultou a integração da população Afro-descendente. A busca da modernidade nacional estava ligada ao projeto de clareamento progressivo racial, o que abriu o país aos imigrantes europeus com a finalidade de acelerar o processo de clareamento e de modernização do Brasil.
Entre 1920 e 1930, mesmo com enfraquecimento da “teoria das raças” o branqueamento ganha força, já que para as elites, o Brasil parecia cada ver mais branco, trazendo a ideia de que o problema racial estivesse cada vez mais próximo de uma solução.
 
 
REFERENCIA
JACCOUD, Luciana. Racismo e República: O debate Sobre o Branqueamento e a Discriminação Racial no Brasil. In: THEODORO, Mário. (Org). Brasília, Ipea, 2008, 176p.