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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Especialista em Docência do Ensino Superior pela Fibh e graduado em História pelo Centro Universitário de Belo Horizonte. Atualmente é professor do ensino médio. Tem experiência na área de História, com ênfase em História da tecnologia na educação.

domingo, 11 de março de 2012

A Transdisciplinaridade na Sociedade Liquida

     Transdisciplinaridade é o suposto caminho a ser trilhado em meio a uma “sociedade liquida”; ou não. Em um mundo em que, como diria Marx, “tudo que é solido se desmancha no ar”, devido à velocidade das transformações provocadas pela parceria ciência e tecnologia, como traçar diretrizes rumo a uma Transdisciplinaridade?  E o que é pior, será que podemos considerar diretrizes traçadas por homens que se sentem acuados pela velocidade que as tecnologias apreendem nas mudanças dos “fatos”, ainda que estes homens sejam Doutores renomados em seus segmentos. Segundo Roger Chartier “Aquilo que é radicalmente novo, com a revolução eletrônica atual, é que não há processo de aprendizagem transmissível de nossa geração à geração dos novos leitores.” (CHARTIER, p93). Em outras palavras, essas mudanças proporcionadas pelas tecnologias digitais que se constituíram a base do mundo pós-moderno em que vivemos, ou como diria Bauman, dessa ”sociedade líquida” era inaudita, o que para Chartier invibialisa a transmissão de qualquer conhecimento das gerações que a antecederam para as gerações que nasceram em meio a esta realidade.
     Sendo assim, se utilizarmos um documento que traz um ideal de Transdisciplinaridade que é anterior ao boom das tecnologias digitais de informação e comunicação, temos, no mínimo, que tratá-lo criticamente e buscarmos a consciência do contexto no qual ele foi redigido. Caso contrário corremos o grande risco de propagarmos ideias que não condizem com o mundo em vivemos, se é que isso já não vem acontecendo. Senão, como explicarmos que nos últimos trinta anos a sociedade se transformou abruptamente deixando de ser solida segundo Bauman e passando a ser liquida? Entretanto, se pegarmos uma imagem de uma sala de aula de 1934 e compará-la com a imagem desta mesma sala em 2011 constataremos que quase nada se modificou e o que é pior se assistirmos uma aula nesta sala veremos que os atores são outros mais a aula é praticamente a mesma. A grande pergunta que fica para nós, educadores do século XXI é: O que esta faltando para que a educação se torne liquida e envolva os alunos no seu cotidiano na sala de aula?
     Hoje em meio a esta sociedade liquida onde as identidades são fluidas e na qual as “verdades” são passageiras e, “para sempre”, ao contrario do escreve Bauman, não dura nem vinte anos, aproximando-se mais do que disse o poeta e compositor Vinicius de Moraes: “Que seja eterno enquanto dure”, devemos sim nos preocupar em pensar e em agir transdisciplinarmente e interdisciplinarmente, porém, muito conscientes do mundo globalizado em que vivemos no qual as informações circulam tornando a sociedade liquida e as identidades moveis.


Referencias:
Carta de Transdisciplinaridade. Disponível em: www.ufrrj.br/.../Arquivo_14_Carta_Transdisciplinaridade_. Acesso em: 25/02/2012.
Bauman, Zigmunt. A Sociedade Liquida. Jornal Folha de São Paulo de 22 de maio de 2003.
CHARTIER, Roger. A Aventura do Livro: do leitor ao navegador. Tradução: Reginaldo Carmello Corrêa de Moraes. 2ª Ed. Ed: Unesp – São Paulo – SP 1998.