Ruy Castro em sua coluna diária no jornal Folha de S.Paulo, no dia 29/07/11, fez comentários sobre a situação EUA. Eu devo dizer, que ao ler sua coluna me surpreendi ao ver meus pensamentos impressos de forma clara e objetiva e, como não podia deixar de ser, resolvi transcreva-la aqui.
A velha Hollywood (1915-1965) nos ensinou que tudo nos EUA era maior, melhor, mais limpo, justo, ético, honesto, adulto, moderno, eficiente e perfeito do que os outros países. Também pudera – os americanos eram o povo mais bonito, forte, corajoso, engenhoso e talentoso do mundo. Onde mais as pessoas saíam cantando e dançando pelas ruas com naturalidade e ao som de uma enorme orquestra invisível?
E quem cavalgaria melhor e tinha os cavalos mais velozes? O cowboy americano. Não havia índio ou mexicano que o capturasse, exceto à traição, coisa que, alias, eles viviam fazendo (e o cowboy americano era incapaz). O mesmo se aplicava ao soldado americano em relação aos alemães e japoneses – quem era o mais heróico, o mais desprendido, o mais inteligente? E a Marinha americana? Quem tinha porta-aviões mais imponentes? Quem usava camisas de manga curta mais brancas? E quem mais tinha milhares de marinheiros que sabiam sapatear?
Nos filmes, víamos maravilhas que faziam parte do dia a dia dos americanos e de ninguém mais: cerveja em lata, barbeadores elétricos, cortadores de grama, trevo rodoviários (filmados de avião), edifícios de 90 andares e naves que iam à lua e voltavam. E quem seria mais poderoso que o governo dos EUA, capaz de movimentar estruturas gigantescas para plantar um exército inteiro em território inimigo a 15 mil km e resgatar um espião a minutos de ser descoberto?
Todas essas eram benesses do poder e da riqueza. De repente, fico sabendo que o dinheiro no caixa do Tesouro americano vai acabar na terça-feira e que a Casa Branca, com uma divida de US$ 14,3 trilhões, ameaça dar o beiço no mundo.
Inacreditável. Como pode o governo americano quebrar? Se acontecer, quem vai pagar a conta da lavanderia que mantinha as camisas brancas? (Ruy Castro)
Só gostaria de fazer um adendo a estas palavras, onde se lê americano, eu escreveria norte americano. Pois o EUA tirou tanto de nós, por tanto tempo, que já passou da hora de restabelecer a verdade. Nós, habitantes da América, sejamos do sul, do norte ou do centro, também somos Americanos e, ao EUA, resta apenas o “privilegio” de ser norte americano.
E fechem as cortinas, que o espetáculo acabou!!!