MEMÓRIA: Em 24 de julho de 1783 nascia Simon Bolívar. Oriundo da atual
Venezuela, filho de aristocratas espanhóis, Simón Bolívar (1783-1830) foi
figura central da independência das
colônias espanholas na América, ao lado do argentino San Martín. Considerado
como o grande ícone da independência da Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e
Bolívia, Bolívar tentou colocar em prática na América idéias de Rousseau, Hobbes
e outros filósofos do Iluminismo. Foi fortemente influenciado pelos ideais das
Revoluções Americana e Francesa. Descrito por seus biógrafos como homem de
pensamento rápido, estratégia mais diplomática e econômica do que bélica, em
seus escritos, como o Manifesto de Cartagena, conclamava os irmãos massacrados
pelos colonizadores espanhóis a uma união política e econômica que desse poder
de barganha a seus produtos no mercado internacional e estatura própria às
nações sul e centro-americanas, que não deveriam mais ser vistas como quintal
das potências centrais.
O sonho de Simon Bolívar era o de criar, na antiga
área colonial espanhola, poucos e grandes países, unidos em uma confederação.
Na Carta da Jamaica, de 1815, defendia ele: “Eu desejo, mais do que qualquer
outro, ver formar-se na América, a maior nação do mundo, menos por sua extensão
e riqueza do que pela liberdade e glória”.
No entanto, a idéia de
uma América hispânica unida, senão unificada, esbarrou e desmoronou em pouco
tempo face aos interesses estritamente locais das diferentes elites criollas e
pela oposição dos EUA e da Inglaterra. Na verdade, a conquista espanhola havia
criado uma unidade fictícia, retendo sob seu domínio civilizações diversas,
povos diferentes, alojados em células geográficas separadas por imensos espaços
Em 1811 Venezuela e Paraguai declaram-se livres. Em
1816 o Congresso de Tucúman declara a independência das Províncias Unidas do
Prata, que se tornarão Argentina e Uruguai, e em 1818 o Chile, com auxílio de
mercenários ingleses ao lado de criollos e população nativa, alcança sua
independência. A Gran-Colômbia reparte-se em Equador, Colômbia e Venezuela. No
início do século XX, a província separatista do Panamá consegue, com auxílio
norte-americano e em troca da cessão do território para a construção do canal
do Panamá, a independência em relação à Colômbia.
O México torna-se independente em 1821 e, a
princípio, está ligado a ele o território da América Central. Em 1823 formam-se
as Províncias Unidas da América Central que permaneceram unidas por pouco
tempo. No ano de 1831 esfacelam-se em Guatemala, Honduras, Costa Rica, El
Salvador e Nicarágua. Na região insular, o Haiti havia sido original e
conseguira sua libertação em 1804 (que trataremos em outra postagem). Em 1844
surge, na mesma ilha do Haiti, a República Dominicana. Cuba permanece sob
domínio espanhol até 1898, a Jamaica é inglesa até 1962, a Guiana até 1966 e o
Suriname só alcança independência em relação à Holanda em 1975.
O sonho de Bolívar nunca se concretizou.
Postado por Rodrigo M. equipe Historia E Historiografia Brasil
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