Especialista em Docência do Ensino Superior pela Fibh e graduado em História pelo Centro Universitário de Belo Horizonte. Atualmente é professor do ensino médio. Tem experiência na área de História, com ênfase em História da tecnologia na educação.
A ditadura das tecnologias digitais de informação e
comunicação (TDIC) no Brasil, e suas influências na educação brasileira
Este artigo se propõe a discutir sobre as pesquisas que
envolveram tanto o computador, como a internet a partir da segunda metade do
século XX no Brasil. Assim, buscou-se contextualizar o momento brasileiro em que essas pesquisas ocorriam para tentar responder perguntas, como: Qual era a posição
do país frente às tecnologias estrangeiras, em um período em que o Brasil
passava por uma ditadura militar? Por que após o fim da Ditadura Militar no
Brasil, o país se abriu para as tecnologias externas? Como teria ocorrido a
abertura do mercado nacional depois das primeiras eleições diretas para
presidente no país? De que forma a importação de tecnologias digitais de
informação e comunicação (TDIC) para o Brasil, influenciou a vida dos
brasileiros e qual seu impacto na educação do país?
Tiradentes - MG é reconhecida
como a cidade natal de Joaquim José da Silva Xavier, conhecido historicamente
como Tiradentes. Esse fato foi usado em 1889, após a Proclamação de República,
para mudar o nome da então cidade de São José Del Rey para cidade de
Tiradentes. Segundo relatos, Joaquim José da Silva Xavier teria nascido em 1746
na fazenda do Pombal, nas proximidades da antiga vila de São José Del Rey.
Marco da Estrada Real
Interior
da Casa de Pedra
Tiradentes - MG, é uma pequena
cidade aconchegante e repleta de atrações turísticas para todas as idades. Seus
visitantes encontrarão um conjunto arquitetônico preservado com seu casario e
igrejas do século XVIII, alguns museus, atrações como: a Estrada Real, passeios ecológicos a pé, de bike ou a cavalo, escaladas na Serra de São José, visitas guiadas com direito a descida
de rapel em uma gruta chamada Casa de Pedra e muitas lojas - vendendo artesanato, doces e lembrancinhas que vão desde imãs de
geladeiras até camisetas e bonés - espalhadas por toda a cidade. A gastronomia em Tiradentes é um capítulo a
parte uma vez que desde 1997 a cidade promove anualmente o festival de
gastronomia, o que proporciona aos visitantes, durante todo o ano, uma
alimentação de alta qualidade e muito saborosa.
Museu do
Automóvel
A 7 KM de Tiradentes, fica o
distrito de Bichinhos que pertence a cidade de Prados- MG, que é um excelente
passeio turístico para quem está em Tiradentes. Além da magnífica paisagem
durante o trajeto, o visitante poderá visitar o Museu do Automóvel que fica na
estrada de acesso a Bichinhos. O distrito ainda reserva a seu visitante um
artesanato variado, uma cachaçaria e restaurantes com comidas típicas. Em Bichinhos
encontra-se também a Igreja setecentista de Nossa Senhora da Penha, e seu
casario pitoresco. É um passeio que eu recomendo.
Pátio de acesso a senzala
Interior da senzala
Voltando a Tiradentes, eu gostaria
de chamar a atenção para o Museu do Padre Toledo que, na minha opinião, tem
como principal atração a própria casa. Apesar do acervo do Museu ter pinturas,
esculturas, oratórios e vários outros itens. Bom, porquê eu digo isso? Porque
em um de seus pátios internos, descendo as escadas, o visitante se depara com uma
pequena senzala que, infelizmente encontra-se trancada. Contudo, como há uma
iluminação interna, é possível olhar através das aberturas de sua janela e
porta e ter uma boa visão do seu interior. Só pelo fato de ser uma das três
senzala "preservadas" que eu conheço em Minas, já vale a visitação. Vale
ressaltar que ela não é só uma senzala preservada, ela é uma senzala em uma
casa paroquial do séculos XVIII, o que faz que ela tenha um valor histórico
muito grande. Porém, fiquem atentos ao visitar a casa do Padre Toledo, senão a
senzala passará despercebida, até porquê, os guias da casa não fazem a menor
questão de mostrá-la e, ao chegar na escada que dá acesso ao pequeno pátio onde
ela se encontra, você se deparará com uma placa afixada em um portão na qual
está escrito "acesso restrito", o que acaba inibindo o visitante de
descer as escadas. Só que o acesso restrito está do portão para dentro e não ao
pátio.
Na praça central o turista
encontra um ponto de apoio ao turista onde você poderá pegar gratuitamente um
mapa com as principais atrações turísticas da cidade. A Igreja de São João
Evangelista está fechada para restauração, mas as demais
atrações como a Igreja Nossa Senhora do Rosário, considerada a mais antiga da
cidade, a Igreja matriz de Santo Antônio, o Museu da Liturgia e a Cadeia que agora abriga o Museu de Sant'Ana e, foi restaurada e reaberta a visitação a partir de 09/2014 estão liberadas para visitação.
Fachada
da fabrica de chopp
Para os amantes de um bom chopp a
cidade conta com uma fabrica que promove visitações guiada na Av. Governador
Israel Pinheiro sentido São João Del Rey depois da estação de trem.
No mais é só consultar o
calendário de eventos da cidade - que conta com amostra nacional de cinema,
festival gastronômico, encontro de motocicletas, entre outros - e escolher uma data, uma
pousada ou hotel que mais lhe agrada, fazer a reserva antecipadamente e pegar a estrada para
aproveitar sua estadia na cidade. Há, não deixe de parar em Lagoa Dourada (terra
do rocambole) para experimentar um delicioso rocambole.
Joaquim José da Silva Xavier é um daqueles heróis que "colaram" na memória popular.
Enforcado aos 21 de Abril de 1792, foi entronizado no panteão nacional pela República e muito especialmente cultuado sob a última ditadura que vivemos, entre 1964 e 1985. O fato de ter sido um militar de tropa paga, com patente de alferes (leia-se, subtenente), certamente tem a ver com essa entronização e a exacerbação das celebrações em sua homenagem.
Talvez sua naturalidade mineira tenha colaborado para reforçar esse processo de mitificação, que poderia ter alcançado personagens militares de outros movimentos do passado colonial de maior enraizamento social e impacto político, como foram a Conspiração dos Alfaiates, na Bahia, em 1798, e a Revolução Pernambucana, de 1817. Arrisco a conjecturar, portanto, que a celebração do alferes Tiradentes exprime a importância que Minas Gerais teve e tem na vida política nacional - e, alto lá, aqui quem escreve é um paulista, com muito orgulho.
A importância de Minas, porém, é insuficiente para o fato de Tiradentes ser um "herói" verdadeiramente popular. Explicaria apenas o empenho das elites em celebrá-lo, mas não o da população em geral.
O entendimento dessa popularidade certamente tem a ver com o perfil, as contradições e a trajetória do próprio personagem. Ele, como já demonstrou Kenneth Maxwell, esteve longe de ser o líder da Conspiração Mineira de 1788-89, ou um pobretão em meio à gente bem posicionada socialmente.
Tiradentes jamais se colocou a favor da abolição da escravidão, como bradam algumas lideranças políticas mineiras e magistrados pátrios da atualidadeLuiz Carlos Villalta, professor da UFMG, sobre a imagem popular de Joaquim José da Silva Xavier
Tiradentes tinha fortuna equiparável ao do magistrado Tomás Antônio Gonzaga e pertencia a uma família importante da região do Vale do Rio das Mortes. Jamais se colocou a favor da abolição da escravidão, como bradam algumas lideranças políticas mineiras e magistrados pátrios da atualidade, para escárnio dos historiadores e frenesi nos embates políticos.
Todavia, foi o maior ativista do movimento e aquele que o levou da esfera privada, das reuniões secretas, para o espaço público, corporificado nos caminhos, nas tavernas, nas casas das meretrizes etc.
Um tipo meio fanfarrão, é certo. Mas, ao mesmo tempo, um personagem capaz de juntar, no discurso político, a consciência de ser um homem de origem europeia nascido na América (como se diria à época, um "mazombo"), propugnando o direito e a capacidade de gente como ele participar do governo, à denúncia da espoliação colonial materializada no monopólio comercial metropolitano e no arrocho tributário.
Foi igualmente hábil e lúcido para misturar textos e autores diferentes, indo do padre Antônio Vieira - um jesuíta, o maior orador sacro que já passou pelo púlpito cristão - ao abade Raynal, grande filósofo das luzes, passando ainda por um livro que continha leis do nascente Estados Unidos da América.
Boquirroto, arguto, mediador cultural, Tiradentes conseguia ainda cultivar amizades entre homens marcados por ressentimentos mútuos, como o padre José da Silva Rolim (contrabandista, comerciante de escravos, concubinário e valentão) e o contratador de impostos Joaquim Silvério dos Reis (o traidor, nosso "Judas"!).
Foi capaz, ademais, de superar ele mesmo inimizades, como aquela que norteava sua relação com Tomás Antônio Gonzaga. Teve a hombridade de não incriminar seus companheiros de infortúnio quando os conspiradores foram presos.
Celebremos o Tiradentes, e sempre nos lembremos que, como muitos de nós, ele 'carregou algo na cabeça', isto é, foi cornoLuiz Carlos Villalta, professor da UFMG, sobre Joaquim José da Silva Xavier
Morreu, por fim, como um mártir. D. Maria I, que o condenou à forca e ao esquartejamento, num julgamento de cartas marcadas, procurou representar a si mesma como Maria Santíssima, na medida em que comutou a pena de morte para todos os outros condenados.
Tiradentes, por sua vez, morreu resignado, traído e supliciado, em grande paralelo com Jesus Cristo. Figura melhor para cair no gosto popular não haveria! Um autêntico brasileiro avant-la-lettre. Traduzindo, antes que houvesse uma identidade brasileira constituída e oposta à lusitana, ele trazia os "cacos" que seriam juntados ao longo dos séculos 19 e 20 e que fazem parte do que entendemos como o "ser nacional".
Celebremos, portanto, o Tiradentes. E sempre nos lembremos que, como muitos de nós, ele "carregou algo na cabeça". Isto é, foi corno, ao mesmo tempo em que prometia pagamento às prostitutas para depois da Revolução. Quer melhor brasileiro do que este, justamente alguém que, como nós mesmos, merece ser alvo de nossas próprias piadas?
Desde o
advento dos computadores pessoais no inicio da década de 1980, e
posteriormente, da internet na década de 1990, muito se tem especulado sobre
seu impacto na educação formal. Ainda hoje, passados mais de trinta anos do
início dessa discussão, muitas duvidas continuam a "assombrar" os
profissionais da educação. De fato, se pegarmos textos sobre o assunto datados
do final do século XX, como o do Prof. Moacir Gadotti, "Perspectivas
Atuais da Educação", no qual, segundo ele, naquele momento, "...
muitos educadores, perplexos diante das rápidas mudanças na sociedade, na
tecnologia e na economia, perguntam-se sobre o futuro de sua profissão, alguns
com medo de perdê-la sem saber o que devem fazer."[1], constataremos
que, em muitos aspectos, essa situação permanece inalteradas, ou muito pouco se
modificou.
Analisando os
avanços tecnológicos alcançados até o momento em que o Prof. Moacir Gadotti escreve,
e comparando com as inúmeras possibilidades de conexão e acesso a internet que temos na atualidade, além
da facilidade de transporte e manuseio de equipamentos, como: tables, ultrabooks, smartfones, chegaremos
a conclusão de que no ano 2000, as tecnologias digitais de informação
e comunicação - TDIC[2] ainda estavam engatinhando.
Entretanto,
apesar de todo desenvolvimento da tecnologia que presenciamos nos últimos
trinta anos, a afirmação de Gadotti, sobre a perplexidade dos educadores diante
desse "novo" e impreciso quadro educacional, em muitos casos, ainda
se faz uma realidade.
No Brasil,
especificamente, o que se vê é uma total fatal de interesse do Governo, em destinar
verbas em prol de uma educação de qualidade[3].
Os educadores, por sua vez, trazem "na ponta da língua" um discurso
de luta pela qualidade na educação, porém, só saem as ruas em busca de melhores
salários. E, em meio a essa situação, os sucessivos ministros que têm passado
pelo Ministério da Educação, não se cansam de repetir o "mesmo velho
discurso", retórico, que elege as TDIC como a salvadora da educação do
país. Mas, será que somente o uso de computadores e internet nas escolas é suficiente para se alcançar uma educação de
qualidade?
Historicamente
o que se percebe é que as tecnologias por si só, não são capazes de transformar
a realidade educacional em sua volta. Caso contrário relatos como o do
levantamento realizado pela UNESCO, em parceria com o MEC em 2005, em seis
escolas brasileiras, que diga-se de passagem, foram previamente selecionadas
pelas Secretarias de Educação nos estados do Piauí e da Bahia, estados nos
quais foram escolhidas três escolas, respectivamente, e, em que a situação de
descaso e abandono dos equipamentos de informática não seriam uma realidade
isolada no Brasil. Fato que foi evidenciado e documentado da
seguinte forma: "Os equipamentos tecnológicos disponíveis na escola
(computadores, TV e vídeo, antena parabólicas), na sua maioria, adquiridos pelo
Ministério da Educação e distribuídos às escolas, ao longo dos anos sem
renovação, atualização e quase nenhuma manutenção, ficaram obsoletos. Ainda,
apresentavam problemas de acesso à
Internet, inviabilizando o planejamento e a execução de atividades pedagógicas
como o uso desses recursos." [4]
Outro relato que podemos citar é a matéria que foi veiculada pela
revista Veja, em 2007 na reportagem intitulada “O Computador não educa,
ensina”, que tenta expor uma situação que se faz realidade em todo o território
nacional, e foi descrita da seguinte maneira: "As
experiências brasileiras de levar computadores às escolas públicas, até então,
foram um fiasco. Elas esbarraram em dificuldades básicas. A antropóloga
americana Juliane Remold dedicou dois anos à observação de trinta escolas
brasileiras equipadas com computador e traçou um cenário desolador. A metade
das máquinas 55 acumulava pó nos laboratórios porque careciam de manutenção ou
eram ignoradas pelos professores, que muitas vezes não sabiam sequer ligar o
equipamento. O restante dos computadores, mesmo em uso, servia apenas às
burocráticas aulas de informática." [5]
Destarte, se por um lado, podemos dizer que
nos dias atuais, os educadores têm a sua disposição inúmeros recursos que podem
e devem contribuir para a construção de uma educação de qualidade[6]. Por outro lado, o que se
percebe é que, mais do recursos tecnológicos, é preciso que se forme educadores
conscientes das mudanças provocadas pelo advento e disseminação das TDIC na
sociedade. Precisamos de docentes que estejam preparados, não só para utilizá-la
como recurso didático, mas, mais do que isso, que os utilizem como um instrumento
que possibilite uma renovação constante de sua pratica, e uma aproximação
ascendente na busca da tão sonhada educação de qualidade, ou como escreveu Gadotti, o educador deve-se tornar
"... um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito da sua
própria formação."[7]
Entretanto, para que isso se torne uma
realidade no cenário educativo brasileiro, acredito que, se faz necessário uma reformulação nos cursos
universitários de licenciatura, com o intuito de formar futuros professores
antenados com o contexto pós-moderno que se faz presente neste mundo
globalizado em que vivemos. Professores que sejam capazes de interagir de forma
amigável com as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação – TDIC em seu
cotidiano, ou não, mas que o façam por uma opção consciente, e não por
limitação. Professores que sejam capazes de incluir e capacitar seus alunos
para conviver com a realidade, em que as fronteiras se tornaram tênues e os limites
questionáveis. Pois, ao que parece, só por meio de investimentos no setor e da
conscientização dos atores envolvidos, é que se conseguirá mudar o cenário
atual da educação brasileira, seja em relação à implantação das TDIC, seja na
busca de uma melhor qualidade para a educação.
RIBEIRO, Antonia. CASTRO, Jane Margareth.
REGATTIERI, Marilza Machado Gomes. Tecnologias na Sala de Aula: Uma Experiência
em Escolas Públicas de Ensino Médio. UNESCO/MEC, 2007.
WEINBERG, Mônica e
RYDLEWSKI, Carlos (2007). O Computador não educa, ensina. Revista Veja, São
Paulo. Ed.Abril, Nº2008, p. 87-9,16 de maio de 2007. Disponível em:
http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx Acesso em: 04/09/2012.
[2] No restante do artigo será usada a
sigla TDIC para se referir as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação.
[3]No Brasil, quando se fala em verbas para educação, os governos federais, estaduais e municipais
se limitam a cumprir o mínimo acordado com as agencias internacionais.
[6] É claro que existem no Brasil
municípios que não têm nem energia elétrica, porém, nos grandes centros urbanos
podemos dizer que isso é uma realidade.