Especialista em Docência do Ensino Superior pela Fibh e graduado em História pelo Centro Universitário de Belo Horizonte. Atualmente é professor do ensino médio. Tem experiência na área de História, com ênfase em História da tecnologia na educação.
A ditadura das tecnologias digitais de informação e
comunicação (TDIC) no Brasil, e suas influências na educação brasileira
Este artigo se propõe a discutir sobre as pesquisas que
envolveram tanto o computador, como a internet a partir da segunda metade do
século XX no Brasil. Assim, buscou-se contextualizar o momento brasileiro em que essas pesquisas ocorriam para tentar responder perguntas, como: Qual era a posição
do país frente às tecnologias estrangeiras, em um período em que o Brasil
passava por uma ditadura militar? Por que após o fim da Ditadura Militar no
Brasil, o país se abriu para as tecnologias externas? Como teria ocorrido a
abertura do mercado nacional depois das primeiras eleições diretas para
presidente no país? De que forma a importação de tecnologias digitais de
informação e comunicação (TDIC) para o Brasil, influenciou a vida dos
brasileiros e qual seu impacto na educação do país?
Tiradentes - MG é reconhecida
como a cidade natal de Joaquim José da Silva Xavier, conhecido historicamente
como Tiradentes. Esse fato foi usado em 1889, após a Proclamação de República,
para mudar o nome da então cidade de São José Del Rey para cidade de
Tiradentes. Segundo relatos, Joaquim José da Silva Xavier teria nascido em 1746
na fazenda do Pombal, nas proximidades da antiga vila de São José Del Rey.
Marco da Estrada Real
Interior
da Casa de Pedra
Tiradentes - MG, é uma pequena
cidade aconchegante e repleta de atrações turísticas para todas as idades. Seus
visitantes encontrarão um conjunto arquitetônico preservado com seu casario e
igrejas do século XVIII, alguns museus, atrações como: a Estrada Real, passeios ecológicos a pé, de bike ou a cavalo, escaladas na Serra de São José, visitas guiadas com direito a descida
de rapel em uma gruta chamada Casa de Pedra e muitas lojas - vendendo artesanato, doces e lembrancinhas que vão desde imãs de
geladeiras até camisetas e bonés - espalhadas por toda a cidade. A gastronomia em Tiradentes é um capítulo a
parte uma vez que desde 1997 a cidade promove anualmente o festival de
gastronomia, o que proporciona aos visitantes, durante todo o ano, uma
alimentação de alta qualidade e muito saborosa.
Museu do
Automóvel
A 7 KM de Tiradentes, fica o
distrito de Bichinhos que pertence a cidade de Prados- MG, que é um excelente
passeio turístico para quem está em Tiradentes. Além da magnífica paisagem
durante o trajeto, o visitante poderá visitar o Museu do Automóvel que fica na
estrada de acesso a Bichinhos. O distrito ainda reserva a seu visitante um
artesanato variado, uma cachaçaria e restaurantes com comidas típicas. Em Bichinhos
encontra-se também a Igreja setecentista de Nossa Senhora da Penha, e seu
casario pitoresco. É um passeio que eu recomendo.
Pátio de acesso a senzala
Interior da senzala
Voltando a Tiradentes, eu gostaria
de chamar a atenção para o Museu do Padre Toledo que, na minha opinião, tem
como principal atração a própria casa. Apesar do acervo do Museu ter pinturas,
esculturas, oratórios e vários outros itens. Bom, porquê eu digo isso? Porque
em um de seus pátios internos, descendo as escadas, o visitante se depara com uma
pequena senzala que, infelizmente encontra-se trancada. Contudo, como há uma
iluminação interna, é possível olhar através das aberturas de sua janela e
porta e ter uma boa visão do seu interior. Só pelo fato de ser uma das três
senzala "preservadas" que eu conheço em Minas, já vale a visitação. Vale
ressaltar que ela não é só uma senzala preservada, ela é uma senzala em uma
casa paroquial do séculos XVIII, o que faz que ela tenha um valor histórico
muito grande. Porém, fiquem atentos ao visitar a casa do Padre Toledo, senão a
senzala passará despercebida, até porquê, os guias da casa não fazem a menor
questão de mostrá-la e, ao chegar na escada que dá acesso ao pequeno pátio onde
ela se encontra, você se deparará com uma placa afixada em um portão na qual
está escrito "acesso restrito", o que acaba inibindo o visitante de
descer as escadas. Só que o acesso restrito está do portão para dentro e não ao
pátio.
Na praça central o turista
encontra um ponto de apoio ao turista onde você poderá pegar gratuitamente um
mapa com as principais atrações turísticas da cidade. A Igreja de São João
Evangelista está fechada para restauração, mas as demais
atrações como a Igreja Nossa Senhora do Rosário, considerada a mais antiga da
cidade, a Igreja matriz de Santo Antônio, o Museu da Liturgia e a Cadeia que agora abriga o Museu de Sant'Ana e, foi restaurada e reaberta a visitação a partir de 09/2014 estão liberadas para visitação.
Fachada
da fabrica de chopp
Para os amantes de um bom chopp a
cidade conta com uma fabrica que promove visitações guiada na Av. Governador
Israel Pinheiro sentido São João Del Rey depois da estação de trem.
No mais é só consultar o
calendário de eventos da cidade - que conta com amostra nacional de cinema,
festival gastronômico, encontro de motocicletas, entre outros - e escolher uma data, uma
pousada ou hotel que mais lhe agrada, fazer a reserva antecipadamente e pegar a estrada para
aproveitar sua estadia na cidade. Há, não deixe de parar em Lagoa Dourada (terra
do rocambole) para experimentar um delicioso rocambole.
Joaquim José da Silva Xavier é um daqueles heróis que "colaram" na memória popular.
Enforcado aos 21 de Abril de 1792, foi entronizado no panteão nacional pela República e muito especialmente cultuado sob a última ditadura que vivemos, entre 1964 e 1985. O fato de ter sido um militar de tropa paga, com patente de alferes (leia-se, subtenente), certamente tem a ver com essa entronização e a exacerbação das celebrações em sua homenagem.
Talvez sua naturalidade mineira tenha colaborado para reforçar esse processo de mitificação, que poderia ter alcançado personagens militares de outros movimentos do passado colonial de maior enraizamento social e impacto político, como foram a Conspiração dos Alfaiates, na Bahia, em 1798, e a Revolução Pernambucana, de 1817. Arrisco a conjecturar, portanto, que a celebração do alferes Tiradentes exprime a importância que Minas Gerais teve e tem na vida política nacional - e, alto lá, aqui quem escreve é um paulista, com muito orgulho.
A importância de Minas, porém, é insuficiente para o fato de Tiradentes ser um "herói" verdadeiramente popular. Explicaria apenas o empenho das elites em celebrá-lo, mas não o da população em geral.
O entendimento dessa popularidade certamente tem a ver com o perfil, as contradições e a trajetória do próprio personagem. Ele, como já demonstrou Kenneth Maxwell, esteve longe de ser o líder da Conspiração Mineira de 1788-89, ou um pobretão em meio à gente bem posicionada socialmente.
Tiradentes jamais se colocou a favor da abolição da escravidão, como bradam algumas lideranças políticas mineiras e magistrados pátrios da atualidadeLuiz Carlos Villalta, professor da UFMG, sobre a imagem popular de Joaquim José da Silva Xavier
Tiradentes tinha fortuna equiparável ao do magistrado Tomás Antônio Gonzaga e pertencia a uma família importante da região do Vale do Rio das Mortes. Jamais se colocou a favor da abolição da escravidão, como bradam algumas lideranças políticas mineiras e magistrados pátrios da atualidade, para escárnio dos historiadores e frenesi nos embates políticos.
Todavia, foi o maior ativista do movimento e aquele que o levou da esfera privada, das reuniões secretas, para o espaço público, corporificado nos caminhos, nas tavernas, nas casas das meretrizes etc.
Um tipo meio fanfarrão, é certo. Mas, ao mesmo tempo, um personagem capaz de juntar, no discurso político, a consciência de ser um homem de origem europeia nascido na América (como se diria à época, um "mazombo"), propugnando o direito e a capacidade de gente como ele participar do governo, à denúncia da espoliação colonial materializada no monopólio comercial metropolitano e no arrocho tributário.
Foi igualmente hábil e lúcido para misturar textos e autores diferentes, indo do padre Antônio Vieira - um jesuíta, o maior orador sacro que já passou pelo púlpito cristão - ao abade Raynal, grande filósofo das luzes, passando ainda por um livro que continha leis do nascente Estados Unidos da América.
Boquirroto, arguto, mediador cultural, Tiradentes conseguia ainda cultivar amizades entre homens marcados por ressentimentos mútuos, como o padre José da Silva Rolim (contrabandista, comerciante de escravos, concubinário e valentão) e o contratador de impostos Joaquim Silvério dos Reis (o traidor, nosso "Judas"!).
Foi capaz, ademais, de superar ele mesmo inimizades, como aquela que norteava sua relação com Tomás Antônio Gonzaga. Teve a hombridade de não incriminar seus companheiros de infortúnio quando os conspiradores foram presos.
Celebremos o Tiradentes, e sempre nos lembremos que, como muitos de nós, ele 'carregou algo na cabeça', isto é, foi cornoLuiz Carlos Villalta, professor da UFMG, sobre Joaquim José da Silva Xavier
Morreu, por fim, como um mártir. D. Maria I, que o condenou à forca e ao esquartejamento, num julgamento de cartas marcadas, procurou representar a si mesma como Maria Santíssima, na medida em que comutou a pena de morte para todos os outros condenados.
Tiradentes, por sua vez, morreu resignado, traído e supliciado, em grande paralelo com Jesus Cristo. Figura melhor para cair no gosto popular não haveria! Um autêntico brasileiro avant-la-lettre. Traduzindo, antes que houvesse uma identidade brasileira constituída e oposta à lusitana, ele trazia os "cacos" que seriam juntados ao longo dos séculos 19 e 20 e que fazem parte do que entendemos como o "ser nacional".
Celebremos, portanto, o Tiradentes. E sempre nos lembremos que, como muitos de nós, ele "carregou algo na cabeça". Isto é, foi corno, ao mesmo tempo em que prometia pagamento às prostitutas para depois da Revolução. Quer melhor brasileiro do que este, justamente alguém que, como nós mesmos, merece ser alvo de nossas próprias piadas?
Desde o
advento dos computadores pessoais no inicio da década de 1980, e
posteriormente, da internet na década de 1990, muito se tem especulado sobre
seu impacto na educação formal. Ainda hoje, passados mais de trinta anos do
início dessa discussão, muitas duvidas continuam a "assombrar" os
profissionais da educação. De fato, se pegarmos textos sobre o assunto datados
do final do século XX, como o do Prof. Moacir Gadotti, "Perspectivas
Atuais da Educação", no qual, segundo ele, naquele momento, "...
muitos educadores, perplexos diante das rápidas mudanças na sociedade, na
tecnologia e na economia, perguntam-se sobre o futuro de sua profissão, alguns
com medo de perdê-la sem saber o que devem fazer."[1], constataremos
que, em muitos aspectos, essa situação permanece inalteradas, ou muito pouco se
modificou.
Analisando os
avanços tecnológicos alcançados até o momento em que o Prof. Moacir Gadotti escreve,
e comparando com as inúmeras possibilidades de conexão e acesso a internet que temos na atualidade, além
da facilidade de transporte e manuseio de equipamentos, como: tables, ultrabooks, smartfones, chegaremos
a conclusão de que no ano 2000, as tecnologias digitais de informação
e comunicação - TDIC[2] ainda estavam engatinhando.
Entretanto,
apesar de todo desenvolvimento da tecnologia que presenciamos nos últimos
trinta anos, a afirmação de Gadotti, sobre a perplexidade dos educadores diante
desse "novo" e impreciso quadro educacional, em muitos casos, ainda
se faz uma realidade.
No Brasil,
especificamente, o que se vê é uma total fatal de interesse do Governo, em destinar
verbas em prol de uma educação de qualidade[3].
Os educadores, por sua vez, trazem "na ponta da língua" um discurso
de luta pela qualidade na educação, porém, só saem as ruas em busca de melhores
salários. E, em meio a essa situação, os sucessivos ministros que têm passado
pelo Ministério da Educação, não se cansam de repetir o "mesmo velho
discurso", retórico, que elege as TDIC como a salvadora da educação do
país. Mas, será que somente o uso de computadores e internet nas escolas é suficiente para se alcançar uma educação de
qualidade?
Historicamente
o que se percebe é que as tecnologias por si só, não são capazes de transformar
a realidade educacional em sua volta. Caso contrário relatos como o do
levantamento realizado pela UNESCO, em parceria com o MEC em 2005, em seis
escolas brasileiras, que diga-se de passagem, foram previamente selecionadas
pelas Secretarias de Educação nos estados do Piauí e da Bahia, estados nos
quais foram escolhidas três escolas, respectivamente, e, em que a situação de
descaso e abandono dos equipamentos de informática não seriam uma realidade
isolada no Brasil. Fato que foi evidenciado e documentado da
seguinte forma: "Os equipamentos tecnológicos disponíveis na escola
(computadores, TV e vídeo, antena parabólicas), na sua maioria, adquiridos pelo
Ministério da Educação e distribuídos às escolas, ao longo dos anos sem
renovação, atualização e quase nenhuma manutenção, ficaram obsoletos. Ainda,
apresentavam problemas de acesso à
Internet, inviabilizando o planejamento e a execução de atividades pedagógicas
como o uso desses recursos." [4]
Outro relato que podemos citar é a matéria que foi veiculada pela
revista Veja, em 2007 na reportagem intitulada “O Computador não educa,
ensina”, que tenta expor uma situação que se faz realidade em todo o território
nacional, e foi descrita da seguinte maneira: "As
experiências brasileiras de levar computadores às escolas públicas, até então,
foram um fiasco. Elas esbarraram em dificuldades básicas. A antropóloga
americana Juliane Remold dedicou dois anos à observação de trinta escolas
brasileiras equipadas com computador e traçou um cenário desolador. A metade
das máquinas 55 acumulava pó nos laboratórios porque careciam de manutenção ou
eram ignoradas pelos professores, que muitas vezes não sabiam sequer ligar o
equipamento. O restante dos computadores, mesmo em uso, servia apenas às
burocráticas aulas de informática." [5]
Destarte, se por um lado, podemos dizer que
nos dias atuais, os educadores têm a sua disposição inúmeros recursos que podem
e devem contribuir para a construção de uma educação de qualidade[6]. Por outro lado, o que se
percebe é que, mais do recursos tecnológicos, é preciso que se forme educadores
conscientes das mudanças provocadas pelo advento e disseminação das TDIC na
sociedade. Precisamos de docentes que estejam preparados, não só para utilizá-la
como recurso didático, mas, mais do que isso, que os utilizem como um instrumento
que possibilite uma renovação constante de sua pratica, e uma aproximação
ascendente na busca da tão sonhada educação de qualidade, ou como escreveu Gadotti, o educador deve-se tornar
"... um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito da sua
própria formação."[7]
Entretanto, para que isso se torne uma
realidade no cenário educativo brasileiro, acredito que, se faz necessário uma reformulação nos cursos
universitários de licenciatura, com o intuito de formar futuros professores
antenados com o contexto pós-moderno que se faz presente neste mundo
globalizado em que vivemos. Professores que sejam capazes de interagir de forma
amigável com as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação – TDIC em seu
cotidiano, ou não, mas que o façam por uma opção consciente, e não por
limitação. Professores que sejam capazes de incluir e capacitar seus alunos
para conviver com a realidade, em que as fronteiras se tornaram tênues e os limites
questionáveis. Pois, ao que parece, só por meio de investimentos no setor e da
conscientização dos atores envolvidos, é que se conseguirá mudar o cenário
atual da educação brasileira, seja em relação à implantação das TDIC, seja na
busca de uma melhor qualidade para a educação.
RIBEIRO, Antonia. CASTRO, Jane Margareth.
REGATTIERI, Marilza Machado Gomes. Tecnologias na Sala de Aula: Uma Experiência
em Escolas Públicas de Ensino Médio. UNESCO/MEC, 2007.
WEINBERG, Mônica e
RYDLEWSKI, Carlos (2007). O Computador não educa, ensina. Revista Veja, São
Paulo. Ed.Abril, Nº2008, p. 87-9,16 de maio de 2007. Disponível em:
http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx Acesso em: 04/09/2012.
[2] No restante do artigo será usada a
sigla TDIC para se referir as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação.
[3]No Brasil, quando se fala em verbas para educação, os governos federais, estaduais e municipais
se limitam a cumprir o mínimo acordado com as agencias internacionais.
[6] É claro que existem no Brasil
municípios que não têm nem energia elétrica, porém, nos grandes centros urbanos
podemos dizer que isso é uma realidade.
Conforme artigo publicado em 1995 pela historiadora Maria de Lourdes Viana Lyra, sócia titular do
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, até o ano de 1825 a data de sete
de setembro de 1822 era inexistente. Segundo Lyra (1995) “até então tinham sido
consideradas as seguintes datas decisivas para o processo: o 9 de janeiro, dia
do Fico; o 3 de maio, dia da inauguração da Assembleia Constituinte Brasileira;
e o 12 de outubro, dia da Aclamação”.
E assim, graças a aclamação popular, Dom Pedro I foi feito Imperador em
12/10/1822.
E Lyra (1995) continua, em um levantamento
feito nos jornais e publicações do ano de 1822 não foi encontrado nenhuma
referência sobre a data de o7 de setembro daquele ano. Mesmo porque, o que se
sabe que a data da independência divulgada naquele momento era no dia 12 de
outubro de 1822, e não no dia 07 de setembro. Outro fato interessante, é que os
tais documentos vindos de Portugal, os tais que supostamente Dom Pedro I teria
lido as margens do Ipiranga em 07 de setembro, só teria chegado ao Rio de
Janeiro no dia 22 de setembro de 1822.
Então como surgiu a data de 07 de setembro?
Segundo consta essa data foi estrategicamente pensada para restabelecer a
figura do Imperador que vinha se desgastando devido a várias atitudes equivocadas,
como relata Lyra (1995), “Um
príncipe que se declarara constitucional, que desde o Fico (9 de janeiro de
1821) vinha sendo aclamado até pelos setores mais liberais, que rompera com
Lisboa e convocara eleições para uma Assembleia Constituinte, tão amado que
recebera da Câmara o título de Defensor Perpétuo do Brasil, fora pouco a pouco
se convertendo num tirano. Primeiro, ao dissolver a Assembleia Constituinte,
depois, pela forma violenta com que reprimiu a Confederação do Equador e,
finalmente, pela assinatura do vergonhoso tratado.”
O
Tratado de reconhecimento de independência do Brasil por Portugal, mediado
pelos ingleses que queriam assegurar suas conquistas econômicas em relação ao
Brasil. Tratado esse que Dom Pedro I aceita assinar, e no qual consta que a
independência do Brasil teria sido concedida por Dom João VI que, de forma magnânima
teria aberto mão do seu direto ao trono brasileiro em favor de seu filho. Sendo
assim, a criação de uma data anterior ao Tratado assinado com Portugal, em que
por iniciativa própria, Dom Pedro I teria optado pelo rompimento com a corte
portuguesa era muito bem-vinda. É ai que a partir de 1826, começamos a
encontrar relatos, com o do padre Belchior, que se diz testemunha ocular do
fato. E é em meio a todos esses
acontecimentos que a data de 07 de setembro ganha sentido e importância para
restaurar a imagem do Imperador.
Um bom artigo deve conter uma (boa) idéia, mas não muitas boas idéias. É importante, portanto, que você tenha claro qual é sua melhor idéia. Caso você não tenha apenas uma (boa) idéia, mas sim várias, e queira escrever um artigo, é recomendável optar por uma das alternativas a seguir:
(i) hierarquizá-las, para deixar claro qual delas será tratada;
(ii) planejar a escrita de vários artigos, cada um sobre uma das suas idéias (nesse caso, é recomendável que você não os escreva simultaneamente, pois isso significa escolher alguma como prioritária, ou seja, significa voltar ao item precedente);
(iii) fundir as várias idéias em uma só, que seja consistente, sem ser excessivamente genérica.
Com clareza quanto à sua boa idéia e com os resultados finais ou parciais de sua pesquisa à mão, eis dez pontos importantes para compor um bom artigo.
1. Faça um roteiro antes Antes de escrever, elabore um roteiro: tenha uma ideia clara do que você quer demonstrar, confirmar/desmentir, ilustrar, exemplificar, testar, comparar, recomendar etc. O começo, o meio e o fim do artigo devem estar claros para você antes de ele começar a ser escrito. Lembre-se: qualquer autor passa muito mais tempo revendo/reescrevendo (quase sempre mais de uma vez) os diferentes trechos de um texto, do que os escrevendo. Por isso, o roteiro ajuda a compor a primeira versão que, em seguida, será objeto de várias revisões. Não é por acaso que vigora a máxima de que o ofício de pesquisador requer 10% de inspiração e 90% de transpiração.
2. Use a fórmula SVP Valorize a fórmula consagrada de escrita chamada SVP – “sujeito, verbo e predicado”. Escreva “O conselho discutiu a regra”. Não escreva “A regra foi discutida pelo conselho” ou “Foi discutida pelo conselho a regra”. Usar esta fórmula simples de escrita ajuda a tornar o texto claro e preciso, encurta as suas sentenças e diminui a possibilidade de cometer erros de concordância, entre outros.
3. Não especule Evite generalidades, mas abuse dos dados. Generalidades são boas para conversa de mesa de bar. Cada afirmação do seu artigo deve ser capaz de ser respaldada por dados, achados e interpretações encontrados em artigos e textos de outros autores ou na sua própria pesquisa. Não importa tanto o que – ou quem – você usa para respaldar as suas afirmações, nem que você respalde explicitamente cada afirmação, mas elas têm que ter respaldo.
4. Cuidado com os “achismos” “Eu acho”, “eu prefiro”, “o melhor é”, “deve ser”, “tem que ser”, “todo mundo sabe que”, “sempre foi assim”, “a tendência natural é” – nada disso dá respaldo a argumentos usados em textos científicos. Essas expressões indicam manifestações de normatividade, de opção pessoal ou de preferência. Evitar.
5. Trabalhe suas premissas Seja lógico: após o A, vem o B, e não o C ou o D. Releia as suas afirmações e conclusões: veja se elas têm mesmo respaldo empírico e se decorrem logicamente da sua argumentação. É muito comum o uso de expressões como “dessa maneira”, “portanto”, “segue-se que”, “assim”, “conclui-se que” etc., sem que de fato haja relação lógica entre as conclusões e as frases que a precedem. Exemplo: A: “O céu amanheceu sem nuvens.” B: “Sem nuvens não há chuva.” C: “Portanto, não choverá nas próximas semanas.” A está certo; B está certo; C pode até estar certo, mas não decorre de A nem de B. C é uma afirmação ou conclusão que não decorre rigorosamente das afirmações anteriores. Rigorosamente, C é uma suposição, mais do que uma conclusão.
6. Evite sentenças longas Mantenha as suas sentenças curtas. Para isso, a solução é simples: abuse dos pontos finais, pois eles são gratuitos, não estão ameaçados de extinção e organizam o seu texto. Sentenças longas exigem o uso excessivo de recursos como vírgulas, dois pontos, pontos e virgulas, travessões, parênteses etc. Eles são também gratuitos e abundantes, mas quando usados a granel não facilitam a leitura do seu texto. Sentenças longas devem ficar para os que têm um bom domínio da língua, como os detentores do prêmio Nobel (José Saramago) ou mestres da literatura (Machado de Assis). Mas, cuidado com Guimarães Rosa: o uso recorrente de neologismos funciona muito melhor na literatura do que em textos científicos.
7. Leia muito Reserve tempo para sempre ler literatura (romances, contos, novelas, narrativas, poesias etc.), mesmo quando estiver redigindo a sua tese ou dissertação. Ler bons textos é fundamental para aprender a escrever. Procure textos que se relacionem com as suas deficiências de escrita. Por exemplo, os prolixos devem ler João Cabral de Melo Neto, e os muito secos podem escolher Vinicius de Moraes.
8. Não seja preguiçoso Não use apud quando puder se referir diretamente a um autor/texto, pois este é um recurso excepcional. Leia e cite sempre o autor e o texto originais, a não ser que seja um texto antiquíssimo que existe apenas na Biblioteca Nacional de Paris ou que esteja escrito apenas em chinês arcaico ou em aramaico.
9. Utilize citações com boa credibilidade Busque sempre usar como fontes os autores mais reconhecidos, as maiores autoridades no assunto. Não é porque você teve um bom professor que escreveu um artigo ou deu uma boa aula a respeito de um assunto que ele é a referência mundial nesse assunto. Da mesma forma, não se limite a ler e a citar os autores e textos usados pelos seus professores prediletos. Aprenda a usar ferramentas que lhe permitam identificar os autores mais importantes em cada área de saber, inclusive aqueles com quem você não necessariamente concorda. No entanto, os autores não devem ser usados ou citados apenas porque são reconhecidos, mas sim porque são bons e pertinentes à construção de seu texto.
10. Não deixe de publicar Regra de ouro para publicar artigos: “quem não pesquisa, não escreve; quem não escreve, não submete; quem não submete, não é aceito; quem não é aceito, nunca será publicado; quem não é publicado permanece anônimo, e de nada vale um cientista ou intelectual anônimo.”
MEMÓRIA: Em 24 de julho de 1783 nascia Simon Bolívar. Oriundo da atual
Venezuela, filho de aristocratas espanhóis, Simón Bolívar (1783-1830) foi
figura central da independência das
colônias espanholas na América, ao lado do argentino San Martín. Considerado
como o grande ícone da independência da Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e
Bolívia, Bolívar tentou colocar em prática na América idéias de Rousseau, Hobbes
e outros filósofos do Iluminismo. Foi fortemente influenciado pelos ideais das
Revoluções Americana e Francesa. Descrito por seus biógrafos como homem de
pensamento rápido, estratégia mais diplomática e econômica do que bélica, em
seus escritos, como o Manifesto de Cartagena, conclamava os irmãos massacrados
pelos colonizadores espanhóis a uma união política e econômica que desse poder
de barganha a seus produtos no mercado internacional e estatura própria às
nações sul e centro-americanas, que não deveriam mais ser vistas como quintal
das potências centrais.
O sonho de Simon Bolívar era o de criar, na antiga
área colonial espanhola, poucos e grandes países, unidos em uma confederação.
Na Carta da Jamaica, de 1815, defendia ele: “Eu desejo, mais do que qualquer
outro, ver formar-se na América, a maior nação do mundo, menos por sua extensão
e riqueza do que pela liberdade e glória”.
No entanto, a idéia de
uma América hispânica unida, senão unificada, esbarrou e desmoronou em pouco
tempo face aos interesses estritamente locais das diferentes elites criollas e
pela oposição dos EUA e da Inglaterra. Na verdade, a conquista espanhola havia
criado uma unidade fictícia, retendo sob seu domínio civilizações diversas,
povos diferentes, alojados em células geográficas separadas por imensos espaços
Em 1811 Venezuela e Paraguai declaram-se livres. Em
1816 o Congresso de Tucúman declara a independência das Províncias Unidas do
Prata, que se tornarão Argentina e Uruguai, e em 1818 o Chile, com auxílio de
mercenários ingleses ao lado de criollos e população nativa, alcança sua
independência. A Gran-Colômbia reparte-se em Equador, Colômbia e Venezuela. No
início do século XX, a província separatista do Panamá consegue, com auxílio
norte-americano e em troca da cessão do território para a construção do canal
do Panamá, a independência em relação à Colômbia.
O México torna-se independente em 1821 e, a
princípio, está ligado a ele o território da América Central. Em 1823 formam-se
as Províncias Unidas da América Central que permaneceram unidas por pouco
tempo. No ano de 1831 esfacelam-se em Guatemala, Honduras, Costa Rica, El
Salvador e Nicarágua. Na região insular, o Haiti havia sido original e
conseguira sua libertação em 1804 (que trataremos em outra postagem). Em 1844
surge, na mesma ilha do Haiti, a República Dominicana. Cuba permanece sob
domínio espanhol até 1898, a Jamaica é inglesa até 1962, a Guiana até 1966 e o
Suriname só alcança independência em relação à Holanda em 1975.